sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

As gordas assassinadas - "Freud explica"

Cia das Letras- 2011-,264 pág. 
         Caríssimos amigos, sem mais demoras, para que não esfrie, vamos  ao prato, ops!, resenha prometida. Bom apetite!

EmAs esganadas, mais nova investida literária do sempre espirituoso e  eclético Jô Soares, como sempre, ele é capaz de deslocar o leitor no tempo e no espaço na companhia de personagens famosos e emblemáticos que, sendo "verídicos são tratados de forma ficcional "- avisa, em nota,  o próprio autor.
O leitor (melhor seria dizer espectador?) acompanha a narrativa, construída de forma linear, seguindo os passos do grupo de investigadores, formado por um desterrado inspetor da polícia portuguesa, Tobias Esteves (ninguém menos que o "Esteves sem metafísica" de Álvaro de Campos), pelo delegado Mello Noronha e pelo inspetor Valdir Calixto -  ao qual junta-se a  intrépida jornalista Diana de Souza, no encalço de um perturbador serial killer "especializado" em gordas.
Qual a origem da motivação do assassino? Por que mulheres gordas? Ódio? vingança? Amores frustrados? Traumas pretéritos, afinal, não está na infância - negligenciada, superprotegida ou abusada - a origem de todos os males do passado e do presente da humanidade? Freud explicaobviamente. Eu é que  não me atrevo. O fato é que trata-se de um assassino guloso, um único crime não o satisfaz, então...
Ora, pois, diria o "bom português"(o da tabacaria, claro), para descobrir as respostas, caro amigo das ideias, vais ter que ler, ó pá! Aliás, é pra isso que os livros são escritos (e as resenhas literárias também), porque ainda não morreu a língua em que foram escritos.     
Com o senso de humor e ambientação histórica já característicos na prosa de Jô Soares, a história segue um enredo previsível, o que de maneira alguma deprecia o livro. Os costumeiros chistes do escritor-comediante-apresentador respondem: presente!, e a atuação do detetive lusitano garante isso quebrando velhos paradigmas humorísticos ao longo da história. O matador das infelizes rechonchudas  vai preparando seu cardápio tendo como pano de fundo vários aspectos históricos que podem ser vislumbrados entre um crime e outro:  as relações  diplomáticas entre Brasil e Alemanha à época da Segunda Guerra Mundial, o golpe  integralista durante o Estado Novo, a copa do mundo de futebol na França ou, ainda, episódios mais prosaicos, como concorridíssimos eventos sociais, lugares e personagens destacados da sociedade que desfilam aos olhos divertidos do leitor. 
Enquanto a equipe do delegado Melo Noronha decifra  migalhas de pistas deixadas, o assassino segue pantagruelicamente fazendo vítimas, sempre variando o cardápio. A cada crime capricha mais,  até o requintado prato final servido ao leitor.
  Fiquem à vontade! A mesa está posta para a entrada e, enquanto o prato principal não chega, degustem um trecho de "Tabacaria", de Álvaro de Campos, heterônimo de cuja poesia além-mar  o Esteves partiu em direção à prosa de Jô Soares.

(...)
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
(Álvaro de Campos, 15-1-1928)




sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Para sempre Ana (Sérgio Carmach ) - Resenha

http://para-sempre-ana-o-livro.blogspot.com/
Boa noite, queridos amigos das ideias!
É chegada a hora da resenha de Para sempre Ana, do escritor carioca Sérgio Carmach. Uma narrativa intensa que irá arrebatar o leitor levando-o ao centro de um drama humano descrito com muita habilidade.
Sem mais delongas, deixo-os com a resenha, recomendo-lhes participar como leitor/espectador da trama de Para sempre Ana e espero que muito em breve tenham a oportunidade de apreciá-lo na integra.

Nem heroína nem vilã: simplesmente, Ana.

     Ana, uma das pontas  num triângulo amoroso cujas outras partes alternam-se. Seu passado e sua origem misteriosos mexem com as estruturas da bela cidade de Três Luzes, onde uma família tradicional e conservadora terá seus pilares seriamente abalados. Segredos do passado virão à tona, valores morais serão postos na balança, mas somente o tempo, e talvez nem ele, será capaz desvelar todo mistério em torno de uma mulher cujo único sonho era encontrar o grande amor, formar uma família e ser feliz para sempre.
Para sempre Ana: uma história complexa, construída sobre bases temáticas igualmente complexas e, por vezes, polêmicas, como por exemplo, infidelidade conjugal, aborto e diferentes crenças religiosas. A narrativa em 3ª pessoa desenrola-se de forma não cronológica e as variações temporais se, por um lado travam a ansiedade do leitor, por outro, ajudam-no a manter ligados os pontos da trama, relacionando ações, fatos ou gestos que, contextualizados mantêm a trama em perspectiva a cada reviravolta.
Ao iniciarmos a leitura de Para sempre Ana, a impressão que pode aflorar, a princípio, é a de que estaremos mergulhando em mais uma história de amor. Essa ideia não está errada. Trata-se, sim, de uma história de amor, na qual todos os elementos característicos coexistem: paixão, entrega, infidelidade, traição, vingança, egoísmo, e até mesmo insanidade. Sem esquecer que os fatos desenrolam-se em um clima de suspense e mistério que se apresenta desde as primeiras linhas, de maneira sutil, mas que cresce ao longo da narrativa, culminando em um final que deixará ao leitor uma sensação extraordinária de "quero mais". E realmente haverá mais, só que cada leitor completará a lacuna de acordo com pontos de vista, crenças, valores e ponderações muito particulares. Trata-se de um grande quebra-cabeça criado pelo autor. As peças vão encaixando-se no espaço e no tempo histórico e, principalmente, psicológico de cada um dos personagens centrais, mas, ao final, um espaço em branco ainda restará no tabuleiro.
         O cenário de amores que ora se acham, ora se perdem, é a cidade de Três Luzes, uma aconchegante localidade interiorana, localizada em um vale de beleza excepcional onde, além do mais, paira uma aura mística em torno do possível pouso de naves alienígenas, num passado não muito distante. Um lugar verdadeiramente paradisíaco no qual a maioria dos moradores está bem colocada e privilegiada financeiramente, compondo uma sociedade tradicional, apegada a valores não menos tradicionais. Entretanto, a despeito de toda encanto geográfico da cidade, seus habitantes, quando observados em profundidade, são depositários de segredos, falhas morais e comportamentos egoístas pouco compatíveis com a moral cristã que transparece a olho nu. Esse aspecto constitui uma verdadeira antítese na construção da narrativa: a beleza do lugar confronta-se com uma série de dramas humanos envolvendo, a princípio, Irineu, Márcia, Carlos e Ana, cujas vidas têm seu rumo drasticamente mudado, a partir do momento em que Ana surge, trazendo consigo, não apenas Caio, mas todo o fio de uma trama que, tendo sua origem no passado de Nestor, irá tornar-se ainda mais intrincada. 
    Antagonismos são recorrentes na órbita dos personagens de Para sempre Ana: a)Padre Mota e o delegado Irineu, por exemplo, protagonizam embates nos quais espiritual/material, razão/emoção são postos em xeque sempre que se encontram; b) a suposta presença extraterrestre (ciência) no vale, e a postura adotada por Carlos ao final da narrativa, representam aspectos contrários e, ainda; c) a tibieza moral, e a acomodação de Carlos diante dos fatos que a vida lhe apresenta, confronta-se com a determinação, clareza de pensamento e inconformidade de Caio diante do desaparecimento de sua mãe.
         Conduzidos de forma realista por Sérgio Carmach, os personagens vão, aos poucos, dando-se a conhecer sem falsos filtros morais, maniqueísmo ou julgamentos: seres humanos cometem erros; arrependem-se ou não; culpam-se, como Nestor, cometendo desatinos por isso. Outros, como Cris, atribuem a outrem a causa de seu sofrimento, e buscam, de forma quase cega, o ressarcimento pelas perdas de que se julgam vítimas. Em momento algum o autor, apesar de usar a voz dos personagens para compartilhar conosco algumas concepções filosóficas, apresenta a narrativa conduzindo-a como o julgamento de Ana (ou qualquer outro personagem) pelas “falhas” cometidas. Ela é humana, vive em busca de sua felicidade e, durante a caminhada, erra e acerta inúmeras vezes. Nem heroína, nem vilã. 
Ao longo da narrativa, os personagens têm a oportunidade de mostrarem-se em toda sua humanidade e imperfeição. Desde Mota (sacerdote católico da cidade), passando pela respeitável Gertrudes (professora e mestra de várias gerações triluzianas) chegando a Márcia, a respeitável Sra. Rigotti, capaz de manipular aqueles que estão ao seu redor. Tanto aspectos positivos, quanto negativos do ser humano estão presentes em Para sempre Ana.
De maneira alguma essa narrativa pode ser analisada como se fosse uma história de amor qualquer, tampouco se esgotam nesta resenha as possibilidades de análise dessa narrativa rica e intricada. E nem poderia ser diferente, uma vez que a própria história de vida de Ana Rigotti não termina exatamente com o ponto final da última frase do romance.


Sérgio Carmach: o criador do universo de Para sempre Ana
Então, queridos, por hoje é isso. Ou melhor, como costumo sempre dizer: não é "só isso", mas vocês vão ter que ler Para sempre Ana para descobrir o resto.
Em breve estaremos aqui para trocar mais algumas ideias de canário.
Abraços!
Cármen.





quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Qual é o melhor booktrailer da Andross?





Além de votar no melhor booktrailer produzido pelo editor Edson Rossatto, você também poderá ganhar um kit com 10 livros da Andross Editora. Para concorrer, basta seguir o regulamento abaixo. O blog literário que mais indicar participantes para essa promoção também ganhará um kit de livros igual.


Qual é o melhor booktrailer da Andross?


Prêmio: 10 livros da Andross Editora


1) Para concorrer ao kit de livros, o usuário deverá: 
....a) Preencher corretamente o formulário presente no final deste regulamento;
....b) Ser seguidor do blog http://www.blogdaandross.com/;
....c) Indicar e ser seguidor do blog literário parceiro que direcionou o participante para esta promoção;
....d) Cadastrar seu e-mail para receber gratuitamente informações mensais da Andross Editora.
....e) Votar no melhor booktrailer da Andross Editora (que podem ser assistidos no final deste post) 

2) Poderão concorrer ao prêmio pessoas físicas com endereço de remessa do prêmio dentro do território brasileiro.

. 3) Cada participante será associado a um número. Pelo site http://www.random.org/ geraremos um número aleatório. O participante relacionado àquele número será o ganhador do prêmio. 
…..a) Sortearemos o kit entre os votantes do booktrailer que receber mais votos.

4) Os participantes poderão participar mais do que uma vez, desde que preencham novamente o formulário e cadastrem um e-mail diferente do cadastro anterior e que também indiquem um blog literário diferente;

 5) Anunciaremos no blog da Andross o vencedor do prêmio e também entraremos em contato diretamente com ele pelo e-mail informado. A imagem da tela do sorteio será gerada pelo print screen e postada junto com o nome do ganhador. 

6) Data final de inscrição: 25 de janeiro de 2012. O sorteio acontecerá no dia 26 de janeiro de 2012, às 23 horas (Brasília) 

7) Por e-mail, o usuário vai nos informar seu endereço. O brinde será despachado sem custos para o 
    ganhador. 

8) Sortearemos um kit contendo:  

 .... (a) 1 livro Histórias Liliputianas - Antologia de Microcontos
 .... (b) 1 livro Retratos Urbanos - Antologia de Crônicas
 .... (c) 1 livro 2054 - Contos futuristas
 .... (d) 1 livro Dias Contados - Contos sobre o fim do mundo
 .... (e) 1 livro Entrelinhas – Antologia de Contos e Microcontos
 .... (f) 1 livro Jogos Criminais
 .... (g) 1 livro Curta-metragem – Antologia de microcontos 
 .... (h) 1 livro Marcas na Parede – Contos de Terror
 .... (i) 1 livro Dimensões.BR – Contos Fantásticos no Brasil
 .... (j) 1 livro Moedas para o Barqueiro - Contos fantásticos sobre a morte 

Cadastre seu e-mail abaixo
(Esteja ciente de que você passará a receber mensalmente em seu e-mail informações sobre a Andross Editora. Após cadastrar o e-mail, termine de preencher o formulário logo abaixo)
 
BOOKTRAILERS CONCORRENTES
 
 SE QUISER PARTICIPAR DE UM DESSES LIVROS, ACESSE www.andross.com.br

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

T.P.M. na visão masculina

Salve, salve, amigos  e amigas das ideias
É o Ideias de Canário abrindo os trabalhos de 2012 e com um assunto pra lá de importante para nós, mulheres, mas que também interessa(e muito) a eles blá, blá, blá... vamos direto ao ponto: 
Que tal uma conversinha de íntima sobre T.P.M.?
Quando ela chega, comemos chocolate à beça, ninguém nos suporta e, cá pra nós (mas acho que todo mundo já sabe mesmo), também não suportamos ninguém, né? E se ela não existisse? Esse é o sonho de toda mulher adulta (e dos homens delas também). E se aprendêssemos a lidar com ela de outra forma? Melhor ainda: e se ela se transformasse em outra coisa, ganhasse outro significado e fosse encarada de forma, mais agradável, leve, divertida, menos complicada? Grande ideia!
Foi exatamente isso que o escritor paulista Edson Rossatto transformou a T.P.M. que conhecemos. Começando pela sigla T.P.M., (não preciso explicar, concordam?) que ele apresenta para nós, mulheres, na forma do blog Toques Para Mulheres.
T.P.M.(Toques para mulheres): um blog bem humorado no qual são tratados com muita propriedade (masculina, mas, propriedade) assuntos do universo feminino que, mesmo que a gente não queira (embora na maioria das vezes, até queremos mesmo) afetam o mundinho deles (os homens). É isso aí, gurias e guris, um blog para meninas, escrito por um homem. O público-alvo fica bem claro, ao longo da maioria das crônicas, o escritor dirige-se a nós, leitoras, utilizando palavras como: “Curiosa?”, instigando-nos a ir adiante com a leitura; interagindo conosco através de solicitações: "... venho humildemente pedir a vocês, meninas,..." ou, ainda, prevendo discórdia, mostra-se aberto a manifestações contrárias e pede elegantemente a quem quiser manifestar-se: “Só seja educada.” Veja bem: curiosa, não curioso, meninas, não meninos, educada, não educado. São vocativos dirigidos especificamente a nós, como muito bem fazia o Bruxo do Cosme Velho em seus romances e contos. Mas isso não acanha os representantes do “sexo forte” (ativos também nos comentários das postagens) presentes na lista de quase 500 seguidores do Toque para mulheres, o blog.
Estranho? Poderia até ser, mas não é. Principalmente pela forma leve e espirituosa como Edson Rossatto aborda os mais variados assuntos, sem aquele velho e ranço exacerbado de machistas e feministas. Aliás, ele não só se manifesta contrário aos dois movimentos, como propõe um terceiro, mais justo: o igualismo. Diz ele: “Acredito que o justo mesmo seria o respeito às diferenças (quando há diferenças) e a igualdade quando não há diferenças.” Eis a chave dos relacionamentos, a dois ou não: respeito.
Ao visitar o blog T.P.M., prepare-se para algo muito melhor do que as piadinhas triviais que temos ouvido e lido por aí. Através dos posts, o cotidiano (“angústia de quem vive” junto) e a rotina (“fim de quem ama” o outro) ganham nome e sobrenome: Lúcifer José Belzebu Cipriano Capeta de Cotidiano e Silva. Está, pois, personificado, devida e substantivamente, o mal maior, cuja consequência inevitável é a separação, que não poderia se ausentar do registro do T.P.M. O blog aponta os pontos nevrálgicos de qualquer relacionamento a dois, define com maestria um casamento ruim - “o que era para ser algo bom para dois que se transformaram em um se torna o inferno pessoal de cada um por viverem em dois." e, de quebra, ainda dá um toque de como o chutado deve encarar o inevitável, no post Fim (até que se comece outro..)“fim de relacionamento exige uma espécie de luto para uma reavaliação de prioridades". Bola pra frente, tanto para elas, quanto para eles.
 Seguindo, despretensioso, o estilo “consultório sentimental”, o “doutor” vai recomendando, sempre muito bem humorado e sensível. Espaço garantido tanto para assuntos triviais (quem paga a conta do restaurante; efeitos que uma elegante mulher, calçando altos scarpins, pode causar em um homem; maternidade “do casal”; bom senso ao amamentar - bebês, logicamente - em público e sem causar constrangimento - aos homens, porque mulher nenhuma se abala vendo outra amamentar onde quer que seja) quanto para aqueles considerados mais controversos ou deselegantes. Não vou citá-los aqui para que você faça seu próprio julgamento sobre o que é controverso e deselegante. Para isso, vai até o T.P.M., certo? A sensibilidade fica por conta do post Mas que pergunta indelicada de se fazer a uma mulher! Pensando bem, este texto seria uma boa escolha para começar, pois nele está expressa a fragilidade não só da mulher, frente ao tempo que passa, mas a do homem (pelo menos de alguns poucos que têm coragem de admiti-lo) em lidar com isso. Veja só um pedacinho do que esse post diz: 
  “O homem que está bem consigo gosta mesmo é de mulher no real sentido da palavra. Mulheres que são independentes, que têm a cabeça aberta, que sabem conversar, que têm responsabilidades e gostos refinados. Essas características comportamentais são representadas pelas marcas do tempo e realçam a beleza das próprias marcas do tempo, como aquela em volta do sorriso.”
         Só por essa, já valia uma visita, não acham meninas?
Perguntas embaraçosas, que podem levar a respostas mais embaraçosas ainda, são compartilhadas no post  E-mails, pis e o guru do sexo.  A abrangência do relacionamento a dois é levada a sério pelo T.P.M.: o amor entre iguais e a diferença de idade entre os parceiros não ficam desamparados, como mostram os trechos a seguir:
  Comecei a deixar o bigode crescer, mas meu amorzinho reclama que pinica. O que fazer?
 (Cibele, Arapongas - PR)”.

“Minha mãe detesta minha namorada, mas eu não entendia o motivo até ontem, quando mamãe confessou que as duas eram rivais pelo amor de papai. O que devo fazer?
 (Cláudio, Ibiporã - PR)”.

    Com uma linguagem coloquial, mas de bom gosto, Rossatto aproxima-se do leitor (perdão, leitora), fica íntimo, amigo de infância, deixa todos à vontade. E é então que vêm Nem tudo entre quatro paredes vale e O último pingo . Não deixe de ler essas crônicas, quando visitar o T.P.M (e eu sei que você irá fazer isso) porque, senão, vai deixar passar duas informações preciosas. No primeiro post, uma espécie de aviso (desta vez aos homens): não julgue um livro pela capa*, caso contrário, garanhão ou não, o cara pode não estar preparado para o desfecho entre quatro paredes. No segundo, são feitas considerações esclarecedoras a cerca da higiene íntima masculina. Esse texto me fez repensar sobre a educação dos meus três filhos homens, juro. Acho que vou mudar alguns itens no banheiro aqui de casa enquanto ainda é tempo.

            Então, acho que é isso, ou melhor, não é “só” isso, mas você vai ter que ir ao T.P.M. sem demora, se é que já não foi, afinal de contas os links no texto estão aí para isso. Achou que era para promover algum produto emagrecedor revolucionário ou algum site de namoro?
        
Até a próxima semana e ideia!!            

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* No caso, uma mulher pela roupa que veste, altura dos scarpins cor dos cabelos ou angelicais olhos azuis.